Jovem não identificado.
O cursor piscava na tela branca. Ele pensava, pensava... abria uma janela, fechava outra. Não, mas que droga. Nada. Não conseguia pensar em absolutamente nenhum assunto aproveitável.A ele já tinham dito que esse tipo de coisa acontece. Mas porque tinha que acontecer agora? Ele nem era bem um escritor... era mais uma coisa de passar o tempo. De madrugada, a maioria dos amigos já estavam indo dormir. Nessa altura, geralmente uma idéia surgia. E ele acabava ficando acordado e escrevia, escrevia... Graças à Deus pela informática, ele pensava, se não, quantas árvores ele não teria jogado fora com cada idéia rejeitada numa folha de papel?
Não, seu idiota, acorde. Se ele estivesse escrevendo isso provavelmente pensaria que o texto estava ficando monótono. Resolveu então, fazer algo de novo. Algo que ele nunca havia feito.
E foi-se. O vento frio cortava sua pele. Havia acabado de parar de chover. As ruas ainda estavam molhadas, mas nenhum carro estava à sua vista. Continuou andando... haveria de achar algo para fazer. Afinal, aquela era para ser uma grande metrópole: nem que fosse para ser assaltado, algo TINHA que acontecer.
Aconteceu.
Na distância ele viu um carro, prata. Desses de garotos ricos e mimados. Parecia que a porta estava se abrindo e um deles estava descendo do carro com uma garrafa na mão. Ele apertou o passo: ali estava sua história, agora era só correr e chegar próximo o suficiente para ver, mas sem assustar o mimado cachaceiro que estava se preparando para fazer alguma coisa da qual os advogados de seu pai o salvariam mais tarde.
Na calçada, um casal de mendigos. Os dois abraçados, de certo tentando evitar o mesmo frio que consumia nosso jovem aspirante a escritor. O 1,5g/l de álcool no sangue abriu a garrafa e começou a despejar. Em cima do casal. Nesse momento, nosso aventureiro tremeu. Arma ele não tinha. Carteira, pra fingir que era policial, o babaca deixou em casa. Relógio, para usar como soco inglês e bater no playboy com dano cerebral, também.
E enquanto pensava, uma ruiva, e como era linda aquela ruiva, saiu do carro com um esqueiro na mão. Um falante de língua anglo saxônica diria que “all hell just broke lose”, e diria com razão: a garota ameaçou jogar o esqueiro acesso no casal, que agora já estava acordado e implorando pela vida. Porquê não reagem, nosso aspirante sem idéias pensou. Aí ele viu o que não queria, como se aquilo tudo já não fosse merda o suficiente: o motorista tinha uma arma.
Merda, merda, merda. Ele tremia. Já não sabia se era do frio ou do medo. O que vou fazer? O cara tá armado, a gostosa tá com o isqueiro e o 1,5g/l já jogou a gasolina. Sábias palavras, idiota, todo mundo já tá sabendo disso...
Nosso aspirante não aspirava ser herói. E muito menos a saber se a bala realmente era “clara e salgada, cabe em um olho e pesa uma tonelada”. Porque a fala de Mano Brown piscava na sua mente como uma fachada de cassino em Las Vegas? Não tinha uma música melhor, que ensinasse como sair daquela situação?
Ah, e os cachaceiros, você deve estar se perguntando. Continuavam lá, rindo e fazendo palhaçada. Claro que ninguém na rua acordou: já estavam acostumados a gritos numa noite de sábado.
No chão, uma garrafa. De Coca-cola. Realmente, quem fez essa garrafa caprichou no design, é bonita não? Idiota, se concentre! Segurou-a como se fosse a própria ferramenta da criação do universo. Já havia visto isso em Hollywood: quebrou-a, segurando o bico, de modo a fazer uma espécie de faca. Cuidou para fazer o maior barulho possível: é pra assustar mesmo, playboy filha da puta! Infelizmente, quem olhou foi o da arma. Sempre, sempre fora azarado. Era aquela a sua hora?
Correu para a esquina: o armado correu atrás. Esperou. Cinco segundos que pareceram uma eternidade e se sua vida não havia passado como um flash diante de seus olhos, não era agora que ia morrer. Não sabe se foi a sorte ou o álcool, mas o idiota armado tropeçou e bateu a cabeça na faca-garrafa que ele segurava. O corte foi feio, e merecido. Desmaiou. O belo revólver com cabo de marfim, ah que lindo, estava no chão. Herói? Haha, vamos lá, sempre quis dá tiro mermo rapá! Deu dois pro alto: 4 no tambor... não perca a conta, essas balas vão ser necessárias, eu acho.
A polícia chegou: eu não senhor, tou ajudando eles aqui, pro chão vagabundo, pá, pá.
A vida foi bandida para nosso aspira.
5 pessoas deram alguma opinião:
Porra cara..vacilou...tinha q ter lembrado das sábias palavras de Capitão Nascimento: "SENTA O DEDO NESSA PORRA" kkkk..mto bom xD
23 de dezembro de 2008 às 15:08Adorei a ruiva...
23 de dezembro de 2008 às 22:26hahaha
o PODER...
claroné?!
escreve muiitooo beemm!
que gracinha!
:D
kkkkk
24 de dezembro de 2008 às 03:01ta baum véi
eh como no poderoso chefao...
"ele dormiu com os peixes"
kkk
veeeeeeeei,
24 de dezembro de 2008 às 19:41vcê viaja demais.
aposksoapskosaksopsaksopsasksopa'
;*
Por leves instantes achei que o nosso aventureiro possuisse o nome artistico de Rafael Corleone.../gg
26 de dezembro de 2008 às 03:26Principalmente nos primeiros paragrafos...passou o susto...mas quando soltou a frase..."Haha, vamos lá, sempre quis dá tiro mermo rapá!"
VEEEEEEEIIIIIIIIII jurei que era o proprio CORLEONE...mas o 'rapá' da historia morreu...eu tava falando com o Corleone agoriinha...deve ser ele nao...
kkkkkkkkkkkkkk
;x
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